LOJA GAROA, 2010

Prêmio AZ Awards, Projeto Finalista do Prêmio AZ Awards (Azure Magazine)

A Loja Garoa situa-se num pequeno lote de importante rua comercial de São Paulo, a Rua Oscar Freire, em seu cruzamento com a Rua Melo Alves. A esquina é o lugar emque o edifício está mais exposto, duplamente ligado à rua, à calçada. Exatamente nesse encontro das ruas foi desenhado um recorte no edifício, como a extração de uma porção do volume, definindo dois planos transparentes que expõem o interior da loja e ampliam a presença da esquina. Um recorte que intensifica a relação mais imediata com o espaço público. Embora o lote esteja no início da Rua Oscar Freire, a mão da rua está no sentido oposto à esquina que ocupa. Isso nos levou a pensar que as miradas oblíquas são mais interessantes para o olhar, tanto para a esquina como para a própria Rua Oscar Freire. Por isso as transparências da loja não reproduzem o paralelismo das ruas, não desenham uma fachada, mas antes definem um volume.

A construção de escala singela emprega o concreto aparente como material capaz dedar, com sua textura peculiar, unicidade à construção. Aqui, o concreto preto torna a construção ainda mais opaca e tátil. Uma pedra carbonizada, cortada em ângulos oblíquos, como uma obra de cantaria. O volume escuro termina por valorizar o interior da loja, branco e luminoso. É o produto, nesse caso as roupas, que se quer evidenciar. Um estreito rasgo na parede permite que se vejada rua a paleta de cores da estação.

As mulheres compram no andar de baixo, os homens no pavimento superior. A escada, logo na entrada da loja, é um convite a conhecer o segundo andar. Em cima, a organização da pequena área expositiva permite uma surpreendente vista da rua com suas lojas e bares, através do mesmo recorte que nos induziu a entrar n aloja.

Internamente, a pequena loja é organizada a partir de um volume longitudinal (de cerca de 1,20 m de largura) que ocupa toda a divisa lateral, resolvendo todas as funções específicas: escada, copa, sanitário, provadores e estoque. Concentração que permitiu manter livre o restanteda loja. Esse volume interno é pintado na cor prata com tinta automotiva brilhante, reforçando o contraste entre interior e exterior.

O interior da loja define-se em conjunto com suas transparências. Ao fundo do pátio um volume de cristal preto aprofunda a dimensão do espaço. O piso de madeira recuperada densifica o tempo. As mesmas tábuas irregulares seguem para o espaço externo e criam um chão para o terreno, mais que para o prédio. Na face voltada para a Rua Oscar Freire foi desenhado um pátio junto à divisa do lote. Um pequeno espaço livre, confluência do piso da calçada com o piso da própria loja, um pequeno estar que também é acesso à loja. A árvore que pontua o pátio, um pau ferro, reforça o caráter de estar desejado.

O critico de arte Alberto Tassinari fez a curadoria de obras de artistas paulistas expostas no interior da loja.

arquitetura UNA arquitetos: cristiane muniz, fábio valentim, fernanda barbara, fernando viégas

colaboradores   ana paula de castro, carolina klocker, eduardo martorelli, miguel muralha e roberto galvão

estrutura trianon engenharia de projetos

instalações K2P projetos

construção souza lima

caixilhos dinaflex

luminotecnia ricardo heder

paisagismo folha paisagismo

visual merchandising vimer experience merchadising

decoração mateus ribeiro

curadoria obras de arte alberto tassinari

fotografias leonardo finotti