ESCOLAS EM ANGOLA, 2009

A partir de demanda específica para se construir diversas escolas em Angola, num processo de reorganização das instituições educacionais no país, o projeto foi pensado como estrutura modular ampliável, flexível para se adaptara diferentes terrenos.

São edifícios que podem comportar de 14 a 50 salas de aula, desde a pré-escola ao ensino médio [aprox. 6 a17 anos], com laboratórios de ciências, biblioteca, salas de vídeo e informática. A administração será composta por secretaria, sala de professores e de reunião, sala de coordenador e de diretor. Nas áreas comuns haverá cantina e refeitório, quadras poliesportivas, vestiários e pátio para recreação, que se desdobra em áreas cobertas e descobertas.

Sistemas construtivos

A necessidadede transporte de todo material resulta na estratégia de “montagem” da obra e na industrialização dessa construção. As peças, então, são dimensionadas para se adequarem ao transporte marítimo.

A industrialização reduz o tempo de obra, e conseqüente gera economia de custos. Optamos pela estrutura em madeira devido à larga experiência adquirida junto à engenharia paulista. A estrutura é pré-fabricada, as peças chegam à obra acabadas e numeradas para montagem, e seus encaixes e fixações são todos metálicos. A estrutura de madeira é proveniente de reflorestamento ou manejo sustentável, e a madeira utilizada é certificada.

A estrutura será em madeira laminada, onde se pode trabalhar com peças de pequenas seções em madeira, coladas e prensadas.

Conforto ambiental

A construção da escola em um pavimento é possível devido à disponibilidade de grandes terrenos, gerando redução nas cargas pontuais e simplificando as fundações e a estrutura.

As quadras poliesportivas cobertas necessitam de grandes vãos estruturais. A utilização da estrutura de madeira em catenária assume as deformações próprias do material, proporcionando economia em função da exígua dimensão das peças necessárias, resultando em vãos de 28,8m.

As salas de aula tem fechamento em painéis rígidos, proporcionando adequado isolamento acústico entre os ambientes. A cobertura de madeira é independente do teto das salas, que possuem forro leve, porém isolante. Essa operação fará com que o calor incidente na cobertura seja dissipado pela ventilação cruzada acima do forro, garantindo temperaturas constantes e adequadas dentro das salas de aula e demais ambientes. O edifício assim prescinde de equipamentos mecânicos de ventilação.

O grande beiral e as abas laterais protegem esses ambientes da incidência de sol direta pela fachada lateral, garantindo ventilação natural em dias de chuva.

O projeto contempla grandes aberturas para essa fachada, permitindo que as salas tenham iluminação natural o dia todo.

local Angola

ano agosto, 2009

arquitetura UNA arquitetos: cristiane muniz, fábio valentim, fernanda barbara, fernando viégas

colaboradores ana paula de castro, carolina klocker, fabiana cyon, gabriela gurgel, miguel muralha, sílio almeida, eduardo martorelli

estrutura em madeira ita construtora