CASA NA SERRA CAPIXABA, 2020
O sítio fica quase a 1000 metros de altitude, na Serra do Castelo, um loteamento antigo com mata atlântica preservada. O relevo define o clima ameno e a vegetação com araucárias, ipês azuis e orquídeas, atrações da região.
O projeto prioriza uma maneira delicada de tocar solo, sublinhando as características naturais. O terreno tem um desnível de 23,00 metros e o acesso acontece pela rua de cima. Desde esse nível descortina-se um amplo panorama, mas que não se revela imediatamente. Construiu-se percursos que culminam em duas grandes varandas e que só daí é possível enxergar a formação geográfica. O passeio é realizado através de um pátio aéreo, conformado por duas pontes e o corpo principal que abriga a sala acima e os dormitórios abaixo. A vegetação rasteira passa por baixo da construção e, em função da declividade, se aproxima da cobertura de acesso. Esse ambiente externo incorpora arvores, piscina, volume da escada, torre de água e configura a espacialidade da casa que fica entre duas paisagens. Uma com vista ao longe e outra próxima e construída.
Como estratégia de construção, após a concretagem da fundação e volumes de concreto que afloram do chão e enraízam a construção, toda estrutura é de madeira laminada e pré-fabricada. A obra é uma montagem de componentes leves para evitar um canteiro agressivo ao lugar. Em poucas semanas está coberta e todo o trabalho seguinte fica protegido do sol e chuva.
Aliás, essa casa serve justamente para incorporar no cotidiano dos moradores, o sol, os ventos cruzados, o cheiro de chuva, para “escutar o mato crescer em paz”. O fogo, controlado em fornos, fogões e lareiras, é o elemento que une os usos e protege do frio à noite.
local município de domingos martins, es
ano 2020
autores cristiane muniz e fernando viégas
colaboradores joaquin gak, larissa urbano, manuela raitelli, matheus pardal
consultoria estrutural ita construtora
promotor quinta dos ipês